Estamos numa quarta-feira à noite e 46 mil pessoas lotam o Vivaldão bem antes do apito inicial. Destas, setenta porcento compõem a imensa torcida do Nacional. Durante os dias que antecederam ao jogo, não se falou noutra coisa. Manaus respira este RIO-NAL decisivo cujo título nem dará acesso a qualquer outra competição - o Nacional já está na primeira divisão do futebol brasileiro por ser o Campeão do ano passado. Aliás, Tri-Campeão.
Vencer nosso adversário, conquistar o terceiro Tetra-Campeonato e de quebra o trigésimo terceiro título estadual de sua história e em cima do maior oponente é o que motiva a nação azulina. Não preciso nem dizer que nosso rival vai tentar impedir tudo isso. Eis os ingredientes que motivam, impulsionam e hipnotizam a multidão que faz o Vivaldão encolher se agigantando e despertando paixões.
Começa o jogo. O Naça, bem armado, toma as iniciativas, mas o Rio Negro é perigoso nos contra-ataques. Agora é o Naça novamente no ataque: Botelho sofre falta pela direita, na altura da intermediária. Para cobrá-la, Luiz Florêncio sai da lateral esquerda. Suspense: jogada ensaiada no "segundo pau", murica surpreende a zaga Rionegrina e cabeceia para o meio da área, nos pés de RAULINO que emenda de primeira no ângulo superior esquerdo do goleiro, na trave que dá para o centro de Manaus.
É gol. É o gol do título do Nacional, Tetra-Campeão de 1986. O Vivaldão em êxtase, explode de alegria. Está escrito mais um grande momento na vida daqueles que amam o futebol e RAULINO eternizado nos corações e mentes do povo amazonense. Jamais vou me esquecer deste dia.
Hoje é sábado e acabo de saber pelos jornais que RAULINO, ainda tão jovem, aos 55 anos, nos deixou. Sorte a dele em não ter mais que conviver com a imbecilização da nossa juventude que, sem memória, é levada a ignorar sua cultura, seus ídolos, sua história e a acreditar que no Amazonas não tem, nem nunca teve futebol.
Valeu, Raul. Siga em paz.
Vencer nosso adversário, conquistar o terceiro Tetra-Campeonato e de quebra o trigésimo terceiro título estadual de sua história e em cima do maior oponente é o que motiva a nação azulina. Não preciso nem dizer que nosso rival vai tentar impedir tudo isso. Eis os ingredientes que motivam, impulsionam e hipnotizam a multidão que faz o Vivaldão encolher se agigantando e despertando paixões.
Começa o jogo. O Naça, bem armado, toma as iniciativas, mas o Rio Negro é perigoso nos contra-ataques. Agora é o Naça novamente no ataque: Botelho sofre falta pela direita, na altura da intermediária. Para cobrá-la, Luiz Florêncio sai da lateral esquerda. Suspense: jogada ensaiada no "segundo pau", murica surpreende a zaga Rionegrina e cabeceia para o meio da área, nos pés de RAULINO que emenda de primeira no ângulo superior esquerdo do goleiro, na trave que dá para o centro de Manaus.
É gol. É o gol do título do Nacional, Tetra-Campeão de 1986. O Vivaldão em êxtase, explode de alegria. Está escrito mais um grande momento na vida daqueles que amam o futebol e RAULINO eternizado nos corações e mentes do povo amazonense. Jamais vou me esquecer deste dia.
Hoje é sábado e acabo de saber pelos jornais que RAULINO, ainda tão jovem, aos 55 anos, nos deixou. Sorte a dele em não ter mais que conviver com a imbecilização da nossa juventude que, sem memória, é levada a ignorar sua cultura, seus ídolos, sua história e a acreditar que no Amazonas não tem, nem nunca teve futebol.
Valeu, Raul. Siga em paz.
Artigo publicado no Jornal Lance (Amazonas em Tempo) 24/04/2010
Autor: Luis Cláudio Chaves
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